Puerto Madryn e Península Valdés: o paraíso pra quem gosta de vida selvagem

Eu não lembro como descobri a Península Valdés ou quando ouvi falar da província de Chubut pela primeira vez. Provavelmente, meu primeiro contato com essa parte da Patagônia argentina foi por meio de uma das muitas páginas sobre vida selvagem que sigo no Instagram ou em algum documentário da National Geographic. Com exceção dos canais de viagem de carro no YouTube, onde normalmente acompanhamos a jornada de aventureiros até Ushuaia, o “fim do mundo”, pela Ruta 3, é bem raro cruzar com brasileiros familiarizados com essa região da Argentina. Afinal, a maioria das pessoas associa o país dos hermanos a cidades como Buenos Aires, El Calafate e Bariloche, além de Ushuaia.

Antes de mais nada, eu não culpo essa maioria. Península Valdés e Puerto Madryn com certeza são lugares bastante específicos e que arrancam falas curiosas de “onde!?” quando você diz a respeito para outras pessoas. Mas, bem, foi difícil não incluir essas bandas da Argentina na minha bucketlist depois que descobri que esse é O lugar para quem quer ver baleia!

Baleia-franca-austral (Eubalaena australis), fotografada durante a navegação pelo Golfo Nuevo, na Península Valdés.
Baleia-franca-austral (Eubalaena australis), fotografada durante a navegação pelo Golfo Nuevo, na Península Valdés. Foto: arquivo pessoal.

Mas vamos lá

Puerto Madryn é uma cidade costeira localizada na província de Chubut e parte do Golfo Nuevo. É a cidade “grande” mais próxima da Península Valdés. Com seus quase 60 mil habitantes, Puerto Madryn acaba servindo de base para quem quer explorar a região de Chubut, além de ser um ponto interessante para saída de mergulho e mesmo passeios embarcados para a observação de baleias-francas no Golfo. Então, apesar da cidade ser bastante pacata, é cheinha de agências de turismo.

A Península Valdés, por sua vez, também fica na província de Chubut e, portanto, é parte da Patagônia argentina. Para entrar na Península é necessário pagar uma tarifa de ingresso por pessoa e a recomendação é parar no Centro de Visitantes Istmo Carlos Ameghino para informações gerais sobre sua estada na região – lá eles orientam sobre abastecimento de veículos, maré e condição das estradas (todas de rípio, ou cascalho).

O detalhe é que há apenas uma cidade na Península: Puerto Pirámides, que nada mais é do que um povoado cujo número de habitantes não passa de mil. A partir da cidadezinha você pode tomar três rotas diferentes para os deques de observação espalhados pela Península Valdés, onde é possível contemplar a vida selvagem. De Puerto Pirámides também saem barcos para a observação de baleias-francas-austrais no Golfo Nuevo.

Essa região está localizada no começo da Patagônia e é muito rica quando o assunto é biodiversidade, como você já deve ter percebido. Mas especificamente falando da Península Valdés, o pedaço de terra é considerado Patrimônio da Humanidade e abriga diversos berçários e áreas importantíssimas para a reprodução de inúmeras espécies, de baleias-francas-austrais e orcas até pinguins e lobos e elefantes-marinhos.

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E isso quer dizer que a região do Valdés é um prato cheio para quem quer ver bicho no seu devido lugar: a natureza.

Inclusive, se você tem interesse em saber mais sobre a região, recomendo o episódio sobre as orcas da série O Segredo das Baleias (2021), disponível no Disney Plus.

Elefantes-marinhos-do-sul (Mirounga leonina) na Punta Cantor da Península Valdés
Elefantes-marinhos-do-sul (Mirounga leonina) na Punta Cantor da Península Valdés. Foto: arquivo pessoal.

Vale a pena ir visitar Puerto Madryn e Península Valdés?

A minha resposta é e sempre será com certeza!

Mas vale considerar alguns pontos: por exemplo, se você não curte turismo de natureza, talvez a região da Península Valdés não seja para você. E tudo bem. Digo isso porque, basicamente, o passeio é percorrer longas distâncias e ficar parado observando aves, lobos ou elefantes-marinhos e baleias – e pode ser que você não veja nada. Sem contar que a paisagem até os pontos de observação é majoritariamente desértica, com um grupo de guanacos (llhamas argentinas) aqui e outro acolá, mas bastante enfadonha de modo geral.

Sobre Puerto Madryn em si, fora passeios embarcados e mergulho, bem, não há muito o que fazer na cidade salvo visitar a reserva El Doradillo, uma comprida faixa litorânea há mais ou menos 11km de distância da cidade conhecida pela possibilidade de observar baleias-francas da areia durante a maré alta.

Algumas pessoas que estão visitando Chubut fazem excursões de bate e volta para a Península a partir de Puerto Madryn para um passeios de um dia. Bem, na minha opinião, vale a pena dormir pelo menos uma ou duas noites em Puerto Piramidés se você quer conhecer todos os deques de contemplação da Península. As distâncias são grandes e vale dedicar mais tempo para ir e vir de todos os pontos de observação com calma.

Por último, mas não menos importante: se você está pensando em visitar a Península Valdés e região, para aproveitar sua viagem ao máximo, recomendo que você cheque a temporada antes de fechar qualquer passeio ou planejar seu roteiro – por meio do calendário de vida selvagem da região é possível entender quais espécies você vai encontrar na Península Valdés e no Golfo Nuevo.

E dica bônus: se você estiver indo na época das orcas, lembre-se que as chances de vê-las são maiores durante a maré alta. 😉

@gi_meneguin

Punta Norte com muitos elefantes-marinhos, Puerto Pirámides e seus cafés especiais e um pôr do sol na porta de casa pra fechar o dia. 🌞 #CapCut #minivlog #argentina #peninsulavaldes #viagemtiktok #traveltiktok #fyp

♬ The Look – Instrumental – Metronomy

Você já tinha ouvido falar da região de Chubut e da Península Valdés? 👇

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Capa:

Baleia-franca-austral (Eubalaena australis), fotografada durante a navegação pelo Golfo Nuevo, na Península Valdés. Foto: arquivo pessoal

2 respostas para “Puerto Madryn e Península Valdés: o paraíso pra quem gosta de vida selvagem”.

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    […] da Humanidade e berçário para inúmeras espécies, a Península Valdés é bastante conhecida pela presença das baleias-francas-austrais de junho a dezembro. Afinal, […]

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