Patrimônio da Humanidade e berçário para inúmeras espécies, a Península Valdés é bastante conhecida pela presença das baleias-francas-austrais de junho a dezembro. Afinal, esses mamíferos gigantes e majestosos, que podem chegar a 40 toneladas, escolheram essa parte do globo para reprodução.
E as praias profundas da região aliadas ao comportamento costeiro das baleias faz com que seja muito fácil de observá-las da praia em qualquer momento do dia, especialmente nas cidades de Puerto Madryn e Puerto Piramidés, sendo essa última na Península Valdés em si.
Se você não tem muita familiaridade com a região, vale olhar esse mapinha aqui para referência! 😉
Mas, ainda assim, existem algumas agência que oferecem passeios embarcados para a observação desses cetáceos a partir da Península Valdés.
Atualmente, existem menos de dez agências autorizadas pelos órgãos competentes da Argentina a realizar esse tipo de passeio por lá. São elas: Peke Sosa, HydroSport Whale Watching, Whales Argentina, Tito Bottazzi, Punta Ballenas e Southern Spirit. Há ainda a Yellow Submarine (vou falar mais sobre ela no próximo parágrafo).
Os preços das agências são tabelados e os passeios similares, com duração de 2 a 4 horas e saídas pela manhã e fim de tarde. A única exceção aqui é a Yellow Submarine, pois oferece uma modalidade de ingresso um pouquinho diferente: fazer o passeio em uma embarcação similar a um submarino, onde os visitantes ficam abaixo da linha d’água e, portanto, podem observar as baleias de outra perspectiva.
Sobre os ingressos, é possível comprar online, diretamente com as agências, ou em Puerto Madryn ou Puerto Piramidés mesmo. Lembrando que todas as agências estão em Puerto Piramidés e as embarcações costumam sair de lá; além disso, eu recomendo garantir seus ingressos com certa antecedência, especialmente se você estiver em duas pessoas ou mais, porque esses passeios costumam ser bastante concorridos durante a temporada.
Importante ter em mente que quando falamos em passeios de natureza e ecoturismo tudo é muito incerto e está sujeito às condições de clima e mar, como é o caso de trilhas, mergulhos ou passeios embarcados para avistamento de cetáceos. Então, sempre que fechar um passeio assim, saiba que não há garantias de que você conseguirá ver baleias ou qualquer outro animal. Por outro lado, a imprevisibilidade é justamente a parte legal e o turismo de natureza pode ser mais surpreendente do que você imagina.
Minha saída com a Peke Sosa
Quando fui para a região, em outubro de 2023, decidi fazer o passeio embarcado com a Peke Sosa. A agência é antiga e tive indicação de amigos, o que ajudou na escolha.
A saída, marcada para às 9h, foi bastante pontual e, em geral, achei eles bastante organizados – ainda mais considerando a quantidade de gente que estava por lá para fazer o passeio.
Primeiro eles organizam as pessoas para que todos vistam um colete salva-vidas e, depois, encaminham todo mundo para o barco. Acredito que não dei muita sorte no dia e eu e meu pai acabamos sentando na proa, mas em um ponto pouco estratégico para fotografar. Caso você vá num dos barcos grandes, minha dica é tentar sentar bem na ponta da proa ou na popa, evitando os assentos do meio. De qualquer forma, assim como no Brasil, por lá eles também manobram o barco de forma que todo mundo consiga ver as baleias.
E, também como acontece aqui no Brasil, as agências se comunicam, então, normalmente, os barcos são certeiros e é muito difícil não ver os animais. Porém, diferentemente daqui, onde existem diversas leis de observação, me pareceu que na Argentina as coisas são mais liberais, tanto que nosso passeio consistiu em seguir mãe e filhote, com a embarcação entre a dupla e mar aberto, já que eles estavam rente à costa – coisa expressamente proibida em passeios de observação aqui no brasil.
Como avistamos a dupla de francas (mãe e filhote) poucos minutos após deixarmos o porto da cidadezinha, ficamos navegando com as baleias por mais ou menos 1 hora. Ao longo do passeio, os guias responsáveis pela nossa embarcação traziam algumas informações sobre os animais.
Apesar do passeio ter sido bem legal – eu gosto muito desse tipo de passeio e acho que tours assim são sempre muito válidos principalmente pelos fins educacionais -, o fato do barco estar cheio deixou tudo mais agitado e com aquela sensação de grupo de turismo (entendedores entenderão). Então, numa segunda vez, não o faria de novo, até pela possibilidade de avistar os animais da praia, sem pagar nada. Em resumo, preferi o passeio embarcado que fiz aqui em Ilhabela. Mas a agência foi 10/10, sem contar que a loja deles por si só já vale a visita, até mesmo para um café! 🙂
Você faria um passeio embarcado para ver baleias? 🐋
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Capa:
Baleias-francas-austrais em registro feito pela Peke Sosa (s/d). Foto: Peke Sosa
A Gi Viaja! 
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