Desvendando Machu Picchu, a principal atração turística do Peru

Machu Picchu é uma das sete maravilhas do mundo moderno e um patrimônio da humanidade pela UNESCO. O imponente sítio arqueológico inca está a 2.430 metros acima do nível do mar, ocupa 32.592 hectares e foi um importante centro político, religioso e astronômico do império. Além disso, está entre os Andes Peruanos e a Bacia do Amazonas e a 112,5 km de Cusco. Hoje, o Santuário Histórico de Machu Picchu é uma área natural protegida, que contempla sítios arqueológicos, fauna e flora.

De acordo com historiadores, a cidadela de pedra foi construída no século XV por Pachacutec e nunca foi atingida pelos conquistadores espanhóis. Apenas no inicio do século XX que Machu Picchu entrou para o hall de locais icônicos. Em 1911 o norte-americano Hiram Bingham chegou ao complexo, naquela época habitado por três famílias.

O parque é composto por uma zona agrícola, formada por uma complexa estrutura de terraços, e outra zona urbana onde estavam as casas, templos, praças, aquedutos e cemitérios. Vale apontar que a cidade está construída no topo da montanha de mesmo nome, Machu Picchu.

Ainda não é conhecida a finalidade de Machu Picchu e nem como as pedras, usadas nas construções, foram transportadas até o topo da montanha. Entretanto, a inteligente arquitetura de encaixe faz com que o lugar seja à prova de terremotos. Além disso, a cidade conta com um complexo sistema de abastecimento de água, formado por um canal de 749 metros de comprimento ligado à uma nascente. Machu Picchu também contava com o calendário de Intihuatana que, ao indicar os solstícios e equinócios, auxiliava na produção agrícola.

Entre os principais locais que hoje podem ser visitados estão Intihuatana, Praça Sagrada, Templo do Sol, Templo do Condor, Ponte Inca, Porta do Sol, Praça Principal e a montanha de Huayna Picchu.

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Foto: via

Como visitar

O destino mais visitado do Peru, e um dos principais da América Latina, passou a seguir novas regras desde 1 de julho de 2017. Agora, há tempo de permanência, visita em dois turnos, circuito fechado e obrigatoriedade em explorar o complexo com guia. Além disso, a capacidade máxima de visitantes por dia é de 2.500 pessoas. De acordo com o Ministério da Cultura do Peru, as medidas visam diminuir o impacto do turismo no sítio arqueológico.

A visita pode ser realizada em dois turnos. O primeiro das 6h00 às 12h00 e o segundo das 12h00 às 17h30. Há ainda três opções de circuito – o trajeto deve ser escolhido no ato da compra do bilhete de entrada e pode contemplar Huayna Picchu. Os turistas devem ainda entrar no parque com um guia registrado pelas autoridades, sendo que ele pode ser contratado com antecedência ou na porta de Machu Picchu.

O ingresso para o sítio arqueológico pode ser comprado em  www.machupicchu.gob.pe, em postos oficiais na cidade de Cusco ou em agências de turismo. O valor do ticket varia de 152 nuevos soles a S/ 32,00. Os preços para nativos, estrangeiros e estudantes, além dos circuitos, podem ser checados aqui.

Este post do blog Viaje na Viagem é ilustrado por comentários do TripAdvisor e esclarece se as regras de visitação estão realmente sendo colocadas em prática.

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Foto: via

Como chegar

É quase impossível falar em Machu Picchu sem mencionar Aguas Calientes. A cidade fica na base da montanha e é um ponto de parada fundamental para aqueles que desejam conhecer o parque Inca. Uma vez que Aguas Calientes funciona totalmente por conta do turismo, há diversas opções de hotéis, hostels, bares e restaurantes.

Para chegar em Aguas Calientes, o visitante pode usar o carro ou trem. Diariamente há trens que saem de Cusco ou de Ollantaytambo rumo à cidadezinha, eles são operados pela PeruRail e pela IncaRail. Há diversas opções de trens e você pode pesquisar o mais adequado para o seu bolso – o Vistadome é uma opção de preço médio e o Belmond Hiram Bingham é um trem de luxo, ambos da PeruRail.

Em Aguas Calientes há ônibus que sobem a montanha e levam o visitante até a porta do complexo arqueológico. Os automóveis saem a cada 15 minutos a partir das 5h30 e devem ser comprados com antecedência – podem ser adquiridos em Cusco, nos escritórios da CONSETTUR, ou em agências de viagem. O valor do bilhete de ônibus varia de S/ 24,00 a S/ 8,00. Atente para comprar bilhete de ida e volta. O trajeto de Aguas Calientes até o parque dura entre 20 e 25 minutos. Apesar da estrada ser íngreme e em “zigue-zague” ela é compensada pelo vislumbre que temos das ruínas Incas.

Outro modo de chegar até a cidade Inca é  a pé, atravessando a Porta do Sol. O famoso Caminho Inca, ou Q’apaqÑan, é formado por seis rotas preservadas do império Inca que ligam Machu Picchu ao Vale Sagrado, passando por diversos sítios arqueológicos. O tempo do trajeto varia de acordo com a rota escolhida, mas não é recomendado fazer o trekking entre os meses de dezembro e abril por conta das fortes chuvas que assolam o Peru. Além disso, para percorrer a trilha é obrigatório contratar uma agência de viagem ou um guia autorizado. Saiba mais sobre as trilhas aqui.

Quando estive em Machu Picchu, em 2014, peguei um trem na cidade de Ollantaytambo, no Vale Sagrado, com destino a Aguas Calientes. O Vistadome, da PeruRail, fez um percurso de três horas pelo vale de Urubamba, que pode ser muito bem contemplado graças às janelas e teto de vidro do trem. Vale apontar que a finalidade do Vistadome é proporcionar uma viagem contemplativa, portanto, o percurso é lento e com pausas para fotografias.

Todas as informações envolvendo valores, horários e trajetos até o sítio arqueológico de Machu Picchu podem ser esclarecidas aqui.

Dicas úteis

  • Evite o complexo entre os meses de Dezembro e Abril, por conta das chuvas
  • Compre os tickets para Machu Picchu com antecedência
  • Vá com roupas e sapatos confortáveis
  • Aclimate-se
  • Leve apenas o necessário para o parque arqueológico. Isso porque visitar Machu Picchu significa andar por lugares íngremes, carregar peso inútil pode dificultar seu passeio
  • Apesar de não haver banheiro dentro do sítio, não deixe de beber água, que além de ser naturalmente indispensável ajuda a combater o mal de altitude ou soroche
  • Vale também levar um lanche leve ou fruta, pois o restaurante na entrada do complexo não é dos mais baratos
  • Caso sinta algum sintoma do mal de altitude, como enjoo, tontura ou falta de ar, não se desespere. Saiba mais sobre o mal de altitude aqui
  • Ande sem pressa e trabalhe sua respiração, inspirando e expirando com calma
  • A não ser que no dia de sua visita esteja muito nublado, passe protetor solar e use boné
  • Leve repelente
  • Não esqueça seu bilhete de entrada, além do passaporte ou RG!

O Inca

Foto: arquivo pessoal

Machu Picchu é um lugar cheio de curiosidades e uma das mais legais é a cabeça do Inca formada pela montanha Huayna Picchu. Nativos comentam que um dos motivos dos incas terem construído a cidadela no topo da montanha de Machu Picchu foi a visão da cabeça humana formada por Huayna Picchu, uma vez que ela está olhando para o céu, onde os deuses estão.

Historiadores também acreditam que o fato do rio Vilcanota cercar a colina 300 metros abaixo fazia com que o lugar fosse sagrado – o rio coloca a montanha de Machu Picchu numa rota que liga a cidade com o lago Titicaca, berço da civilização inca segundo a mitologia andina.

Apesar de poder ser notada durante qualquer época do ano, é no solstício de inverno, em 21 de junho, que ela é percebida com maior facilidade. Isso por conta do jogo de luz e sombra em Huayna Picchu.

A cabeça do inca também pode ser vista na nota de 10 nuevos soles.

O documentário Peru: tesouro escondido, disponível na Netflix, fala brevemente sobre Machu Picchu e sua importância para o império inca.

Este texto contém informações da UNESCO e de Peru Travel 

Capa:

Greg Arment

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