Um dos pontos fortes da região da Península Valdés são as saídas embarcadas para observação de baleias-francas-austrais, cuja temporada vai mais ou menos de junho a abril nessa região da Patagônia argentina. A Península é um dos poucos lugares no mundo onde as francas vão todos os anos para acasalar, dar à luz e amamentar os filhotes, proporcionando para nós um verdadeiro espetáculo da natureza!
Conhecida pelos calos brancos na região da cabeça, a baleia-franca-austral (Eubalaena australis) pode chegar a 15 metros de comprimento e 40 toneladas, sendo uma espécie relativamente lenta. A título de curiosidade, esse mamífero majestoso também pode ser visto aqui no Brasil, durante o inverno, na região de Santa Catarina. 😉
Existem diversas agências que realizam saídas embarcadas pela região da Península Valdés, mas, como você já deve ter percebido pelo título, o intuito aqui é fugir dos passeios de observação já que, sim, é muito possível passar horas observando essas baleias sem entrar em um barco ou pagar valores relativamente salgados para isso.

Onde ver baleia de graça na região da Península Valdés?
Primeiro, saiba que existem muitos lugares onde é possível observar as baleias-francas de graça – inclusive da janela do seu apartamento, caso você se hospede em um espaço em frente à praia, seja em Puerto Madryn ou até mesmo em Puerto Piramidés. Bastante curiosas, diga-se de passagem, essas baleias costumam nadar a poucos metros da costa, por isso a facilidade em vê-las.
Então, sendo muito honesta aqui, a verdade é que durante a temporada das francas é muito difícil não ver baleia pela região!
Em Puerto Madryn
Se você estiver em Puerto Madryn, existem algumas opções:
A primeira, como já adiantei, é da janela do seu apartamento (kkk). Estando em uma acomodação localizada de frente para o calçadão da cidade, as chances são enormes. E pode ficar tranquilo: as baleias realmente chegam muito perto da praia – a dica é sempre estar atento ao horário da maré alta.
A segunda opção é ir até o píer Comandante Luis Piedra Buena, bem no centro da cidade. Bastante extenso, esse píer costuma ser frequentando por famílias e pessoas praticando algum esporte. Em qualquer horário do dia é possível observar baleias passando por lá, basta ter paciência. Mas o mais legal desse ponto é que, de quebra, você ainda vê os lobos-marinhos que descansam nas escadas e estruturas do píer!
A última opção (e que mais vale a pena, na minha opinião): fazer um passeio até a Área Protegida Municipal El Doradillo (Ruta 42).
Essa reserva engloba diversas praias e está localizada há 15 km ao norte de Puerto Madryn (mais ou menos 30-40 minutos de carro pela RP2 e RP42). Uma vez na Ruta 42, é só estacionar o carro na praia que você preferir, pegar a cadeira, andar até o mar e se acomodar. Daí, querido leitor ou leitora, é só curtir (e muito) o show das francas!
No meu primeiro dia na cidade, quando estava passeando pela feirinha de artesanato que acontece aos finais de semana na praça perto do píer, um senhorzinho comentou comigo que estar El Doradillo era como ficar parado em um ponto num corredor de ônibus. De fato, dois dias depois, quando visitei a área, foi impossível contabilizar quantas baleias eu vi em uma única tarde!

Em Puerto Piramidés
Na cidadezinha de Puerto Piramidés também dá para observar baleias de casa desde que as condições de vento e mar estejam favoráveis – ou seja, sem vento ou ondas.
O pulo do gato é caminhar pela orla da cidade em direção ao antigo Depósito de Sal e Mirador Atardecer, especialmente pela manhã. A agência com quem fiz o passeio de barco percorreu justamente essa orla no dia da nossa saída, então imagine minha alegria ao constatar que poderia ter ficado em terra, principalmente quando avistei pessoas observando o mesmo que nós, mas da costa. risos.
E aqui a dica é a mesma: leve sua cadeira e aproveite para ficar “estacionado” o tempo que você quiser.
Importante reforçar que Puerto Madryn, El Doradillo e Puerto Piramidés estão no Golfo Nuevo, justamente a região escolhida pelas francas. Por isso, não sugiro as “puntas” da Península para a observação de baleias dessa espécie, mas sim para a contemplação de lobos e elefantes-marinhos, aves, golfinhos e orcas (a depender da temporada).
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Baleia à vista!
As baleias-francas desenvolveram um comportamento específico nessa região da Argentina por conta das gaivotas. Em resumo, as calosidades brancas presentes na cabeça das baleias são habitadas por pequenos crustáceos, também conhecidos como piolho-de-baleia.
Acontece que na Península Valdés as gaivotas aprenderam a se alimentar desses crustáceos, mas suas bicadas machucam as gigantes, especialmente os filhotes. E, por essa razão, as francas dessa região ascendem para respirar de forma muito rápida, evitando ao máximo ficar com a cabeça fora d’água ou próxima à superfície por muito tempo.
Para nós, a presença de gaivotas “de bobeira” na água significa “tem baleia na área”. Se vir uma gaivota pairando sobre o mar ou boiando, pode ter certeza que as chances de ter uma franca por ali são bem grandes!
Outros indicativos, estes mais clássicos, são: o borrifo em “V” ou a mudança na textura da água, que fica com um risco na superfície, como uma trilha deixada pelo movimento de cauda das baleias.
Você tem alguma outra dica para avistar baleias de graça na Península Valdés? 🐳
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Capa:
Filhote de baleia-franca-austral saltando na reserva El Doradillo, no Golfo Nuevo. Foto: arquivo pessoal





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