O ano de 2020 mal começou e já mudou os planos de muita gente ao redor do mundo. O responsável? Um agente infeccioso microscópio e poderoso conhecido como vírus.
Crises virais não são novidades para a humanidade. Vale lembrar que os vírus já deixaram sua marca por aqui; dentre os grandes surtos globais, estão o de gripe espanhola em 1918, o de SARS em 2003 e a gripe A de 2009. Entretanto, é a primeira vez que vivemos um momento como esse em um mundo dominado pelas redes sociais.
O vírus da vez é o COVID-19, também conhecido como coronavírus. Identificado em dezembro de 2019, na província chinesa de Wuhan, o COVID-19 já é responsável por infectar mais de 500 mil pessoas e por causar mais de 23 mil mortes no mundo. Até a publicação deste post, os países com maior números de casos são China, Itália, Estados Unidos e Espanha.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os sintomas mais comuns do COVID-19 são febre, cansaço e tosse seca. Outros sintomas são: dores, congestão nasal, coriza, garganta inflamada ou diarréia. Apesar de 80% dos infectados se recuperarem, alguns pacientes podem ficar seriamente doentes, apresentando dificuldade para respirar. Idosos e portadores de doenças como pressão alta e diabetes e problemas cardíacos ou respiratórios estão mais sujeitas ao COVID-19. Em caso de febre, tosse e dificuldade para respirar, é recomendado buscar ajuda médica.
Ainda segundo a OMS, estudos mostram que o coronavírus é transmitido principalmente através de gotículas respiratórias (do nariz e boca) e não pelo ar. Pessoas infectadas pelo COVID-19 transmitem o vírus a outras pessoas.
Pesquisas mostram que o tempo de incubação do COVID-19, isto é, o período entre pegar o vírus e começar a ter sintomas da doença, pode variar de 1 a 14 dias.
A OMS ressalta que não há nenhuma evidência de que cães, gatos ou pets em geral transmitem o COVID-19 ~ lembrando que é sempre importante manter a higiene do seu bichinho, bem como a limpeza do espaço onde ele come, dorme e faz as necessidades.
Entretanto, os coronavírus são de uma família de vírus comum em animais. Eventualmente, os humanos podem contrair o vírus de animais e espalhar para outras pessoas. Esse é o caso da SARS-CoV, associada a civetas, e da MERS-CoV, transmitida por dromedários. O possível animal transmissor do COVID-19 ainda não foi confirmado.
Por hora, ainda não há vacina ou uma medicação específica para previnir e tratar o coronavírus.

O que é pandemia?
No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde decretou pandemia do COVID-19.
O termo pandemia é usado quando uma doença, transmitida de pessoa para pessoa, se propaga pelo mundo simultaneamente.
Você sabe a diferença entre pandemia, epidemia, surto e endemia?
Surto: é o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica. As primeiras notícias sobre o COVID-19 tratavam a doença como surto já que, na época, afetava somente a província de Wuhan.
Epidemia: é um surto em maior escala, quando a doença se espalha por várias regiões do mesmo país.
Pandemia: é quando uma epidemia se espalha pelo planeta.
Endemia: é quando uma doença ocorre com muita frequência apenas em um local específico e não atinge outras comunidades.
Como previnir o coronavírus (e outras doenças)?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, as melhores formas de proteger a si mesmo e as outras pessoas do COVID-19 são:
- Lavar as mãos com água e sabão frequentemente
- Usar álcool em gel 70%
- Evitar ficar próximo de pessoas que estão tossindo/ espirrando ou que estejam doentes
- Evitar tocar ou coçar os olhos, nariz e boca
- Ter boa higiene respiratória: cubra boca e nariz com um lenço de papel ou com a dobra do cotovelo ao tossir ou espirrar
- Ficar em casa se não estiver se sentindo bem e buscar ajuda médica em caso de febre, tosse e dificuldade para respirar
- Ficar em casa, se possível, mesmo não apresentando nenhum sintoma
- Evitar locais aglomerados e evitar ficar próximo de pessoas idosas ou com problemas de saúde
- Manter os ambientes ventilados
- Manter objetos e superfícies tocadas com frequência limpas e desinfectadas
- Não compartilhar objetos de uso pessoal
Além disso, a Organização Mundial da Saúde recomenda o uso de máscara apenas se você foi diagnosticado com o COVID-19 ou se está cuidando de alguém que possa estar contaminado com o vírus. Caso você não se enquadre em nenhum desses casos, está apenas desperdiçando máscara. A OMS ainda alerta para o uso racional de máscaras médicas afim de evitar o desperdício e mal uso desse recurso – vale conferir as recomendações da OMS quanto ao uso de máscaras (em inglês).
Aplicativo do SUS
O SUS lançou um aplicativo gratuito para Android e iOS com notícias e informações sobre o vírus, sintomas, formas de contágio e transmissão. Além disso, o app possibilita que você faça uma auto-avaliação do seu estado de saúde, orientando se você deve ou não ir ao hospital.
É importante ressaltar que suas respostas na auto-avaliação não geram um diagnóstico, mas sim uma orientação.
Como se informar corretamente sobre o coronavírus?
Primeiro de tudo, antes de buscar informação sobre qualquer assunto, tenha em mente o seguinte: 1) rede social não é fonte de informação. Por isso, evite ir na onda dos achismos, frases floridas e opiniões que circulam sem fontes concretas e checagem pelo Facebook, WhatsApp, Twitter e Instagram. Garanto que por aí você vai encontrar, além de fake news e desinformação, muitos motivos para entrar em pânico. 2) Informação e fatos a gente encontra em portais oficiais e em veículos de jornalismo. 3) Aprenda a formar sua opinião a partir do que você lê e assiste e tenha sempre como base os fatos e os dados científicos.
- Acesse o principal portal sobre o COVID-19 no mundo: a Organização Mundial da Saúde (World Health Organization). Diariamente, são publicados boletins e atualizações sobre a situação do coronavírus ao redor do globo, além de dicas de prevenção e informações sobre transmissão.
- Acompanhe o portal do Ministério da Saúde e do governo da sua cidade para ficar por dentro das medidas que estão sendo tomadas em relação ao COVID-19.
- Leia jornais e assista a noticiários (sempre evitando os sensacionalistas, já que estes são especialistas em criar tumulto e não agregam em nada ~ alô Datena). Para quem se informa somente através da internet, a Folha de S.Paulo liberou o acesso de não assinantes as reportagens relacionadas ao coronavírus. O jornal Nexo também disponibilizou conteúdos com acesso livre, além de criar o #BoletimCoronavírus, uma newsletter que reúne matérias do Nexo e de jornais do mundo inteiro. No El País, você encontra atualizações em tempo real sobre a situação do COVID-19 no Brasil e no mundo.
- Acesse portais de notícia como a Agência Pública, que está cobrindo o COVID-19 e seu impacto político e econômico no Brasil.
- Acompanhe agências de checagem, como a Agência Lupa (a primeira agência de fact-checking do Brasil), que lançou uma newsletter sobre o COVID-19, e o Fato ou Fake, do G1. E, se quiser ficar por dentro do que está sendo falado fora do país, vale olhar a agência argentina Chequeado e a estadunidense Politifact.
- Tenha cuidado ao comparar a pandemia do COVID-19 com crises anteriores. Em entrevista para o Fato ou Fake, do G1, o infectologista Roberto Medronho, doutor em saúde pública e professor da UFRJ, comenta que “é preciso tomar cuidado com comparações estatísticas, ainda mais com uma das pandemias em pleno curso”. Isso porque, segundo o especialista, “numa conta dessas, é necessário que o denominador seja o mesmo”.
Fontes e links que valem a leitura:
Viva Bem/ UOL – Coronavírus na China: perguntas e respostas sobre a doença (Acesso em 24 de março de 2020)
BBC Brasil – Coronavírus: 29 perguntas e respostas para entender tudo que importa sobre a doença (Acesso em 24 de março de 2020)
OMS – Q&A on coronaviruses (COVID-19) (Acesso em 25 de março de 2020)
Guia do Estudante – O que é pandemia? Definição, histórico e gravidade (Acesso em 25 de março de 2020)
Estadão – Entenda as diferenças entre surto, epidemia e pandemia (Acesso em 25 de março de 2020)
BBC – O que é pandemia e o que muda com declaração da OMS sobre o novo coronavírus (Acesso em 25 de março de 2020)
OMS – Coronavirus disease (COVID-19) Situation Dashboard (Acesso em 26 de março de 2020)
CNN – Isolamento vertical funciona? A realidade já respondeu essa questão, diz médico (Acesso em 26 de março de 2020)
G1/ Fato ou Fake – É #FAKE que início do surto de H1N1 no Brasil, em 2009, matou mais que o do novo coronavírus (Acesso em 26 de março de 2020)
CNN – Brasileiros ainda possuem percepções erradas sobre coronavírus, aponta pesquisa (Acesso em 26 de março de 2020)
CNN – Mente cansada? Dicas para lidar bem com a internet em tempos de COVID-19 (Acesso em 26 de março de 2020)
Go Outside – Parques nacionais na África fecham para proteger gorilas do surto de coronavírus (Acesso em 27 de março de 2020)
Go Outside – Devo usar máscara quando vou correr ou pedalar? (Acesso em 15 de abril de 2020)
Capa
A ilustração, criada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), revela a estrutura morfológica detalhada do coronavírus. As pontas (em vermelho) na superfície exterior dão ao vírus a aparência de uma coroa, quando este é visto através de microscópio. Um novo coronavírus, chamado Severe Acute Respiratory Syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2), foi identificado como causa de um surto respiratório detectado pela primeira vez em Wuhan, China, em 2019. A doença causada por esse vírus foi chamada de coronavírus 2019 (COVID-19).
This illustration, created at the Centers for Disease Control and Prevention (CDC), reveals ultrastructural morphology exhibited by coronaviruses. Note the spikes that adorn the outer surface of the virus, which impart the look of a corona surrounding the virion, when viewed electron microscopically. A novel coronavirus, named Severe Acute Respiratory Syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2), was identified as the cause of an outbreak of respiratory illness first detected in Wuhan, China in 2019. The illness caused by this virus has been named coronavirus disease 2019 (COVID-19).
Atualizado em: 15 de abril de 2020 às 16h58.